quinta-feira, 3 de setembro de 2009

O que é a "cibercultura"?




O que circula no imaginário da sociedade sobre o que vem a ser a chamada cibercultura foi um assunto interessantíssimo discutido na aula do dia 03/09/2009, na disciplina EDC 266 - Introdução à Informática na Educação. Este tema promoveu uma discussão bastante produtiva e gerou uma série de reflexões sobre qual o conceito que temos no senso comum do que é cibercultura ou do ciberespaço, de qual é a diferença entre os hackers e dos crackers, sobre software livre entre muitas outras coisas...
O mote para a discussão foi o capítulo VII do livro "Cibercultura", de Pierre Lévy. Este capítulo apresenta uma discussão sobre a ideia do que é a cibercultura diferenciando-a do que seria a "auto-estrada eletrônica". Segundo Lévy, a auto-estrada eletrônica é o suporte onde se dá a interação ou a navegação dentro do ambiente virtual, ao passo que a cibercultura é a relação entre pessoas que ocorre através desses suportes.
A grande temática apresentada por Lévy, e que, creio eu, que ele defende, é que a cibercultura é divulgada como causadora de um certo afastamento entre as pessoas, o que Lévy contra-argumenta mostrando ser uma relação que permite que se tenha contato com várias temáticas ao mesmo tempo, ou seja, estando diante num computador que tenha acesso à internet, as pessoas podem estar em vários lugares ao mesmo tempo e tratando de assuntos diversos, inclusive fazendo diálogos entre esses temas, ao passo que o que se tinha antes da internet eram locais físicos fechados determinados para tais fins ou temáticas (exemplos: igrejas, clubes etc.), o que delimitava bastante os diálogos. Além dos locais limitados, tinha-se também o controle do tempo, como se podia estar em vários lugares para tratar de diversas coisas se temos um dia com uma quantidade determinada de horas?
Lévy vem mostrar a quebra ou o rompimento que a era digital vem promover a partir derrubada desses limites. Essa fragmentação de espaços e de tempos, de certa forma, juntamente com a ideia dos software livres possibilitam a construção da inteligência coletiva, pois o conhecimento é construído e compartilhado por diversas pessoas.
O livro "Cibercultura", de Pierre Lévy, é muito interessante e bastante informativo, além de ser uma leitura suave que traz muitos exemplos ilustrativos com imagens de objetos que fazem parte do nosso dia-a-dia, ou dessa era chamada "contemporânea". E para quem se interessar, aqui segue a referência completa do texto de Lévy: LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 1999.

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